segunda-feira, 3 de março de 2008

Duas noites e uma cara de pedra

Esse estilhaço de garrafa que fica o corpo depois de duas noites de sono perdido é como acender uma vela para um martírio que se repete diariamente - eu sou um santo! Você tenta, tenta, como um suicída até derrotar as exclamações de seus medos, que se indagam como sábios velhotes que se tossir cospe um órgão fora (isso é um barulho fatal na sua vida); mas não consegue fechar nem um olho. Você começa a imaginar poltergeists enquanto fuma um cigarro no beco da porta, acende a luz várias vezes acreditando na existência mórbida daquelas imagens e o que acontece é apenas o brilho de um lâmpada que te joga no sofá pra nada - é só um tapa. Um copo de café, depois, é apenas uma forma de iludir a memória, pois até então você tá acordado desde anteontem.

4 comentários:

OpostoposTo disse...

Supostamente o sono é o remédio para todos os casos. Include o tapa na cara... Mesmo pseudo cristã, o bofetão ainda é repensável.
Jogar-se no sofá pelo vácuo não gasta energia. Deixa o corpo ir e ir o corpo.
Beco escuro de memórias turbulentas. Dama transparente, é água que não volta mais. A cada flash um revival novo e com cores matizadas em cinzas qualificantes de passado. [i]Quem disse que o sépia é a cor do antigo? Quem disse que o azul pornográfico do absinto também não embala...?[/i] Enquanto o relógio bate o tempo passa e imagino que tudo acontece a minha volta. Não permito que o sono me abata. Vivo em enlace perpétuo com Pestana. Mas ele lá e eu cá, trançando olhares gélidos até o advento da morte alerta. Até o corpo gritar exangue e me mandar à merda.

Tarja preta então.

[Mui bom mancebo! =] Like too much, tomate!]

OpostoposTo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
jorge maia disse...

Pois é...

Anelise Freitas disse...

até a décima tentativa de suicídio eu contei, depois parei. parei com tudo, até com as tentativas. porque suicídio é coisa que se consiga, não que se tente.

eu descobri que viver é bom. e schopenhauer um cuzão.