quinta-feira, 6 de março de 2008

Terça-feira o corredor da kit fazia um puta eco no meu ouvido. Entre um número e outro do relógio eu escutava alguém passar, de vez em quando um rato e uma barata, fazendo ponto e vírgula entre um morador e um visitante. Aquela arquiteturazinha era frequentemente visitada por causa da última porta, onde um cara vendia sonhos e delírios de Sandman. Eu fico deitado nesse colchão úmido olhando os buracos e o vazamento do chuveiro não por causa das minhas dívidas esterlinas, mas porque meus pesadelos aparecem pra mim como um fantasma manco e caolho que se justifica como advogado do diabo. Ontem a noite foi menor. Tá foda ser morte!

2 comentários:

Anônimo disse...

Isso me lembrou muito Fernando Pessoa, enquanto Alberto Caeiro, na época em que ele vivia na Boca do Lixo... Decadência poética. Fuga pessoal. Refúgio onírico!

Apena um aparte!
Sem senha ainda!

Anelise Freitas disse...

o corredor fez eco pra mim uma vez: matinho do bob!

daí eu peguei ele pelo pescoço, achei que era o jim morrison e beijei ele na boca.

em tempo: fato verídico!